segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Matéria sobre trabalho infantil - Sociedade e Mercado

A professora pediu que fizéssemos uma matéria sobre trabalho infantil.

Ela
deu material para que trabalhássemos:

--> O livro da ANDI(Agência de Notícias dos direitos da Infância) Crianças Invisíveis - O enfoque da imprensa sobre o Trabalho Infantil Doméstico e outras formas de exploração Vol 6, Cortez Editora, 2003;

- -> Um trabalho da ANDI de Análise de Mídia: As piores formas de trabalho infantil, n°07.


Esse era o ponto de partida para far a matéria. Ela queria uma abordagem mais humana para a reportagem. Nos orientou a usar gravador e tirar fotos, se possível.


Bom, as conclusões que tiro desse trabalho são as seguntes:
1- Trabalhar com crianças é difícil. Faze-lás falar, aboradá-las, manter uma linha de conversa é complicado.
2- No caso desse trabalho, foi difícil porque os pais, obvianmente não querem se expor e deixar as crianças falarem.
3- É preciso ter cuidado para não se meter em uma situação difícil.

Então, aqui vai a 1ª versão da minha reportagem sobre trabalho infantil.

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Criança vende doces para ajudar na renda familiar

Situação comum é encontrar crianças vendendo doces em ônibus, nas ruas e na rodoviária de Brasília. Um exemplo de trabalho infantil que todos vêem, mas que ainda não foi resolvido

Rodoviária do Plano Piloto, 18:30h, horário em que o trânsito está caótico, as pessoas correm para pegar o ônibus, ir para a faculdade, chegar em casa. Na multidão uma criança luta por um pouco de atenção. E alguns trocados.

Tatiana*, 11 anos, vende balas para ajudar seus pais. Tudo que consegue arrecadar ela entrega para os pais. A mãe vende bombons e o pai é assistente de obras.

Com os pés calçados em chinelos sujos, a roupa batida e o cabelo encardido, Tatiana oferece balas, chicletes e paçoca ao preço de um real. Ela não trabalha em tempo integral. Vai à escola, brinca com os amigos, porém gostaria de ter mais tempo para estudar e brincar com suas bonecas.

Como 5,1 milhões de crianças e adolescentes, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Tatiana trabalha para ajudar nas contas domésticas e manter o básico da alimentação em casa. Seu irmão mais velho Carlos*, 15 anos, também trabalha.

A mãe de Tatiana, Carla*, acompanha a menina enquanto também vende. ‘‘É preciso, né. Eu já menina também já trabalhava. ’’ ela diz que o trabalho não atrapalha nos estudos da menina, pois não é todos os dias e no horário contrário ao da escola.

Por ser uma família pobre, Carla afirma que todos precisam ajudar de alguma forma nas despesas da casa. O filho mais velho, Carlos trabalha como engraxate. Somente o filho mais novo Tiago, oito anos, apenas estuda. ‘‘Espero que ele não precise passar por isso’’ diz a sofrida mãe de Tatiana, mãe de crianças como muitas outras no Brasil e no mundo.

No mundo são 250 milhões de crianças entre quatro e quatorze anos trabalhando. A má distribuição de renda, a cultura de que o trabalho engrandece e amadurece a criança e o crescimento do trabalho informal são as principais causas apontadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) como causas do trabalho infantil no Brasil.

Pauta social engajada: o fim do trabalho infantil é uma luta diária

O trabalho infantil é um problema que perdura por séculos. Entre os anos 1910 e 1920, o trabalho fotográfico de Lewis Hine abriu os olhos da sociedade americana para o trabalho infantil. Graças a isso, em 1916 o Congresso americano aprovou uma legislação de proteção à criança. A partir daí, para crianças com 14 anos ou menos, o ambiente fabril ficaria restrito e elas teriam seu tempo de estudo e seu tempo de brincar.

No Brasil, o assunto tornou-se parte da agenda social a partir dos anos 1990. A criação do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em 1994 foi o passo fundamental na luta contra a exploração infantil.

A Fundação Abrinq (Associação Brasileira dos fabricantes de Brinquedos), criada em 1990, colabora para a divulgação e conscientização desse problema social.

Em 1995 foi publicada a reportagem ‘‘Nossas crianças: a sucata do progresso.’’ Subsidiada pela Fundação Abrinq e publicada na revista Atenção, a reportagem repercutiu internacionalmente e mobilizou sociedade e governo a tomar ações práticas no combate ao trabalho infantil.

O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) existe há 18 anos e regulamenta como deve ser o trabalho de adolescentes e proíbe o trabalho para menores de 14 anos. Acima disso só na condição de aprendiz. Assim, Tatiana, deveria apenas dedicar-se aos estudos para ter melhores condições de vida no futuro realizar seus sonhos. ‘‘Eu quero ser enfermeira, porque é uma profissão muito bonita. ’’

Muito foi feito para a erradicação desse mal. Compromisso de empresas e governo, destaque na mídia, porém a luta é diária e o compromisso deve ser de todos.


*Nomes fictícios

Hello again....

Agora, posts do 2°Semestre...

sábado, 14 de junho de 2008

Espiritualidade e Transformação em 68 – Ano das experiências sensoriais




1968 é visto como um marco na mudança do comportamento, da visão de mundo, um ano de subversão e experiências. A força motora dessas mudanças eram os jovens. Estavam prontos para experimentar e conhecer o mundo, quebrar regras. Prova disso foi a redescoberta do Oriente. Querendo novas experiências sensoriais e de auto-conhecimento, os jovens dessa época mergulharam na cultura oriental, no budismo e no zen.

Graças à ida dos Beatles à Índia, em busca dos ensinamentos do guru indiano Maharishi Mahesh Yogi, popularizou-se mais a busca pela meditação. O mestre Maharishi Mahesh já era popular na Índia e vinha divulgando sua doutrina de meditação transcendental desde 1959. No seu caminho, vinha fazendo palestras e por onde passava conquistava discípulos.

Nessas andanças pelo mundo, em 1967 o guru atraiu a atenção de George Harrison, um dos Beatles. Harrison, por sua vez, apresentou Maharishi aos seus colegas de banda, que logo se interessaram pela técnica de meditação que permitiria que atingissem um nível de consciência superior sem recorrer às drogas, como o LSD.

Os Beatles, em 68, partiram para a Índia para praticar meditação. Essa ida do grupo de rock mais influente de todos os tempos fez com que muitos jovens, hippies ou apenas curiosos procurassem com fervor a meditação, o budismo e a cultura oriental. Permaneceram na presença do guru por quase um mês – Ringo Star ficou somente uma semana. Houve um desentendimento entre os Beatles e Maharishi que foi acusado de quebrar seu voto castidade com uma de suas seguidoras. A música ‘‘Sexy Sadie’’ é uma ironia dirigida ao guru indiano que fez com que Lennon deixasse o retiro espiritual.

Não há como negar que a estada dos Beatles na Índia de fato ‘‘abriu’’ suas mentes, pois foi um dos períodos mais criativos do quarteto, em que compuseram quase todas as músicas do disco The Beatles – mais conhecido como Álbum Branco.

A influência que Maharishi Mahesh Yogi teve para a expansão da espiritualidade no Ocidente é inegável, já que era popular entre artistas famosos como Mike Love dos Beach Boys e Mia Farrow, atriz de ‘‘O bebê de Rosemary’’, além dos Rolling Stones. Ele conseguiu tornar a meditação popular e um tema para pesquisa científica. A herança que o ano de 1968 deixou para os ocidentais foi a descoberta de um mundo zen, onde a paz interior pode ser alcançada e pode-se ter uma vida mais pacífica e equilibrada.

Resenha do livro 1968- O ano que não terminou

O ano de 1968 foi um marco na história da sociedade moderna. É sinônimo de protesto, esperança, ação. Esse ano marcou o Brasil e o mundo. Marcou também a vida de quem o vivenciou. Não era possível sair ileso. Os jovens daquela época sentiram tudo à flor da pele.

‘‘1968- O ano que não terminou’’ é escrito por um desses jovens que viveram esse ano intensamente. Zuenir Ventura também participou de passeatas, estava presente nos discursos, militava. Como o próprio título sugere, 1968 não acabou em 31 de dezembro. Até hoje os acontecimentos daquele ano ecoam no comportamento, no jeito de protestar, de sonhar e lutar por uma sociedade melhor.

No livro, os fatos são contados com clareza e rigor histórico, mas nem por isso falta humor ou paixão ao relato. É graças ao fato de o autor ter vivido o ano de 68 que sua narração nos aproxima e faz sentir a época. Conhecemos personalidades como Caetano e Chico Buarque, Gláuber e Goddard, Vladimir Pereira, Franklin Martins e tantos outros que são representativos desse ano.

No Brasil de 68 – que é o foco principal do livro- o Reveillon da casa da Helô é uma prévia do que vai acontecer durante todo o ano: discussões políticas, exageros, pancadaria, comportamentos subversivos. Já em março, a morte do estudante Edson Luís Lima choca o país e é o primeiro sinal de que seria um ano de choque entre estudantes, sociedade e governo. Enfim, o povo faria a sua hora e lutaria. A partir daí, as passeatas estudantis tornaram-se ainda mais comuns e o choque contra a polícia, mais violento. O ponto alto foi a Passeata dos 100 mil, um protesto não só dos estudantes como também da sociedade contra a ditadura e por melhores condições para cada classe que protestava.

Essa liberdade dura pouco e o cerco aperta, culminando na instauração do AI-5, que veio para acabar com os sonhos e as esperanças de um futuro democrático. A utopia acabaria ali? É claro que não. Restou um pouco de 1968 em cada um daqueles que foram à luta e conseguiram mudar pelo menos um pouco o mundo.

'''Ele só queriam mudar o mundo''
Zuenir Ventura

Faces do mesmo texto


Ponto de vista

Textos escritos em 1ª e 3ª pessoas, baseados no conto ‘‘O torcedor’’ de Carlos Drummond de Andrade.

1ªP.

Era dia de decisão de campeonato e eu, desprevenidamente, fui visitar um amigo que morava em um bairro distante de Ipanema. Flamengo versus Atlético Mineiro. Eu, que não torcia por nenhum time, apenas para a seleção, me peguei torcendo pelo Atlético, evitando assim pensar na onda flamenguista que tomaria conta das ruas. Meu amigo e eu não temos carro. Então, se o Flamengo ganhasse, eu teria problemas para voltar para casa.

E não é que, mais uma vez, a lei de Murphy caiu sobre mim? O Flamengo venceu e eu já não encontrava um táxi para me salvar. A solução foi pegar um ônibus lotado de torcedores flamenguistas. Tinha mais bandeiras que gente. A euforia aumentava cada vez mais. Senti como se estivesse dentro do estádio, no campo. Eu era a bola. Jogado, empurrado, pisado.

Ainda bem que ninguém pode ler pensamentos, por que se desconfiassem que eu havia torcido pelo time rival, seria mesmo o meu fim. Mas toda aquela alegria era entorpecente. Viciava. Logo esqueci que era descamisado e me juntei aos flamenguistas que comemoravam a bela vitória. Nem assisti ao jogo. Dancei, pulei, gritei ‘‘Flamengo, Flamengo’’. Uma morena envolveu-me com a bandeira rubro-negra e beijou-me a boca.

Quase desci na Gávea, junto com a animada torcida rubro-negra. Mas lembrei que tinha de trabalhar cedo no outro dia. ‘‘Pessoal, vou me trocar e volto.’’ Desci em Ipanema, já um pouco flamenguista, mas não voltei para a morena enrolada na bandeira nem para a Gávea.

2ªP.

Eváglio saiu aquela tarde para visitar um amigo que morava distante de sua casa em Ipanema. Não era um dia qualquer. Era dia de decisão de campeonato. Se o atlético Mineiro ganhasse, seria menos um problema para Eváglio, já que nem ele nem seu amigo tinham carro. Eváglio queria chegar são e salvo em casa. A torcida flamenguista o assustava.

Para a tristeza de Eváglio, o Flamengo venceu a partida. De fato, o que realmente o irritava eram as torcidas de futebol que atrapalhavam a vida urbana. Não encontrando um taxi, Eváglio não viu saída a não ser tomar um ônibus. Assim que entrou no coletivo, Eváglio viu-se cercado de torcedores do time para o qual não torcido naquele dia.

No ônibus, ninguém percebeu que Eváglio não era flamenguista. Isso não tinha a menor importância. O relevante era a vitória. Era comemorar. O jovem se viu tomado por toda alegria flamenguista e não resistiu: cantou, dançou, enrolou-se na bandeira e beijou a morena ao lado. Tornou-se um torcedor. Até que chegou à Gávea. Ele quase foi levado para uma festa ainda maior, com direito a caipirinha e batucada a noite inteira. Mas preferiu seguir e descer em Ipanema, inventando uma desculpa qualquer. E olha que Eváglio não é flamenguista.

Responsabilidade de informar o fato: dever do jornalista

O principal objetivo do jornalista é informar ao seu público um fato, descrever com verdade e objetividade uma fotografia do ocorrido. O público acredita no que lê, no que ouve e vê, raramente verificando as informações e quase sempre espalhando a notícia, sendo ela verdadeira ou não.

A exemplo do caso ocorrido em uma véspera de Halloween, no início do século passado quando Orson Welles deu início a uma interpretação de ‘‘Guerra dos Mundos’’ no canal CBS de rádio. Ninguém mudou a sintonia do radio para descobrir que era só uma peça teatral. Os ouvintes estavam tão atônitos e crentes no que ouviam que sequer perceberam as dicas que mostravam que aquilo era uma história, não um fato.

É verdade que, como toda boa interpretação, era preciso convencer o público. Trilha sonora, entrevistas com supostos cientistas e testemunhas oculares, as intervenções durante a programação e o tom do apresentador eram feitos para convencer os ouvintes.

A brincadeira termina uma hora depois do início do programa, com a Terra destruída. Silêncio, e então Welles volta dizendo que tudo não passou de uma peça teatral via rádio, e desejando um feliz dia das bruxas.

Não foram poucos os que acreditaram na história da invasão da Terra por marcianos. Milhares de pessoas entraram em pânico, causando congestionamento e confusão.

A credibilidade que o jornalista tem faz com que se acredite nele facilmente. E é certo que o jornalista deve cumprir o seu dever ético de contar o fato, e não pintar um quadro e inventar a realidade ou mentir descaradamente para conseguir uma boa notícia. Manipular a informação favorece um lado, mas prejudica e aliena outros. O jornalista tem a obrigação de abrir os olhos das pessoas e não de prejudicar sua visão.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Quanto vale uma história?


Resenha do filme O preço de uma verdade.

Conta a história real do jornalista Stephen Glass que inventou histórias e publicou-as como verdadeiras.



Até onde uma pessoa pode chegar para atingir um sonho? Mentir, roubar, matar? O filme ‘‘O preço de uma verdade’’ conta a história de um jovem repórter, Stephen Glass que tem o dom de escrever muito bem, qualidade necessária a um bom jornalista. Mas o que ele escreve são histórias fictícias, não fatos. É tido como um repórter que consegue as matérias mais incríveis e interessantes da importante revista The New Republic para a qual trabalha. Atencioso, basta que ele fale para que todos fiquem de queixo caído e simplesmente aceitem o que diz. O trabalho de checagem de informações, essencial para a credibilidade de qualquer veículo de comunicação, não estava sendo feito no momento em que surge alguma dúvida sobre seu trabalho, o repórter apenas mostra suas anotações e espera que seu editor aceite-as como a mais pura verdade.

Porém, chega um momento em que suas historinhas são descobertas por um jornalista de uma revista concorrente. Ao checar informações sobre uma reportagem de um encontro de hackers, ele descobre que nada do que está escrito é verdade. Encurralado, o repórter tenta manipular seu editor, que está irredutível: uma punição será dada e a revista terá de se retratar.
Revelar a atitude desse repórter, cedo ou tarde causaria mais problemas do que um simples pedido de desculpas. Qualquer veículo de comunicação não pode aceitar informações como fatos sem antes checá-las. A responsabilidade dos meios de comunicação é grande. Pode mudar opiniões e atos, nuca deve basear-se apenas no que uma pessoa fala ou em suas anotações